Seus pés são a fundação de todo e qualquer movimento, por isso é tão fácil machucá-los. Além do uso de certos calçados, a prática inadequada de exercícios físicos também pode contribuir significativamente para lesões nessa região, por isso é importante se atentar aos cuidados e ter supervisão de um profissional para orientar na excussão das atividades.
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Com a ajuda dos ortopedistas Cíntia Bittar, de Campinas (SP), especialista em cirurgias do pé e do tornozelo, e Rafael Trevisan Ortiz, diretor da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), a “Women’s Health”, de onde são as informações, listou as cinco piores lesões causadas pelos exercícios.
Tendinite de Aquiles
O que é e como identificar: é a inflamação do tendão de Aquiles (que fica atrás do calcanhar) ou do tecido que o rodeia. Causa uma dor aguda e, se não tratada, pode levar ao rompimento do ligamento na região.
O que pode ter causado: tensão repetitiva por exercícios de alto impacto, pronação excessiva (quando o pé “cai” para dentro na hora de aterrissar) ou falta de alongamento antes dos exercícios.
O que fazer: opte por exercícios de baixo impacto como natação ou bicicleta por 30 minutos a uma hora, mas apenas se não sentir dor. “E sempre faça alongamento antes das atividades”, aconselha Cíntia. O alongamento das panturrilhas pode reduzir a pressão nos tendões e acelerar o tratamento. Uma recomendação de Rafael é usar sapatos com saltos baixos. “Um ou dois dedos de salto relaxam a musculatura encurtada do tendão”, afirma. Ah, e você não deveria estar andando diferente ou mancando. Se estiver, procure um médico, pois você pode precisar de fisioterapia.
Entorse do tornozelo
O que é e como identificar: é uma torção na região, seja do lado de dentro dos pés ou fora, comprometendo estruturas como ligamentos e pequenos ossos do tornozelo e pés.
O que pode ter causado: o mais provável é que você tenha tropeçado e virado o pé.
O que fazer: procure um médico para fazer um raio-X e descobrir se é só uma torção ou algum ligamento se rompeu. Ele poderá dizer se é preciso apenas imobilizar o pé por um tempo ou se o uso de analgésicos e anti-inflamatórios será necessário. “Mas, geralmente, é possível tratar apenas com reabilitação funcional, como gelo, tala ou uma botinha, que é uma imobilização removível”, diz Rafael. Mantenha os pés suspensos e faça uma compressa de gelo por 15 minutos após a torção para reduzir o inchaço. Evite sapatos fechados e faça alongamento para retomar os movimentos. O tornozelo continua inchado? Volte ao médico. Você pode precisar de muletas, fisioterapia ou cirurgia
Fratura por estresse
O que é e como identificar: é uma pequena rachadura em algum osso do pé que aumenta ao longo do tempo e causa uma dor local que vai se intensificando. “Ocorre inicialmente no final do treino e dói mesmo em repouso”, afirma a ortopedista.
O que pode ter causado: muito exercício de alto impacto feito sem preparação ou com muita frequência, deformidades nos pés, uso incorreto de tênis, pouca massa muscular nos membros inferiores ou excesso de peso.
O que fazer: o melhor diagnóstico é através de ressonância magnética e, quanto antes você fizer isso, melhor. Uma fratura por estresse pode se alongar por 10 meses se você não ajustar sua rotina para tratá-la logo. O tratamento depende do que a causou, mas mantenha-se longe de exercícios pelo tempo que o médico recomendar, tome analgésicos e aumente o cálcio na sua alimentação. “Ao reiniciar as atividades, comece com esportes sem impacto, como bicicleta, natação ou corrida na água”, diz.
Fascite plantar
O que é e como identificar: é uma inflamação da estrutura de sustentação na região plantar dos pés. Geralmente causa uma dor forte na região do calcanhar durante os primeiros passos na manhã.
O que pode ter causado: exercícios que tensionam os músculos que envolvem o tornozelo – como corrida, alpinismo ou balé —, e que podem esticar, romper ou inflamar o tecido.
O que fazer: evite qualquer atividade que piore a dor. Para aliviar, massageie a sola dos pés com uma bola de tênis alguns minutos por dia. Se os sintomas não melhorarem após duas semanas, seu médico pode recomendar o uso de uma tala durante a noite para ajudar a alongar o tecido. Ainda com dor? Você pode precisar de uma injeção para aliviar o sofrimento. Um caso muito grave pode levar até 10 meses para ser curado.
Bolhas e calos
O que é e como identificar: são as lesões mais comuns. É quando a pele endurece ou descama para proteger a pele de infecções.
O que pode ter causado: sapatos muito quentes e fechados, que geram muita fricção ou pressionam demais a mesma região da pele.
O que fazer: deixe as bolhas sararem por si só. Estourá-las não só causa dor como pode criar infecções. Uma rara exceção é quando a bolha é no dedão e impede o andar. Neste caso, uma dermatologista pode romper a bolha com uma agulha esterilizada e fazer um curativo com antibióticos. Para os calos, Rafael indica apenas hidratar até que a pele se renove sozinha. “Fique longe dos adesivos de ácido salicílico! Eles são compostos por substâncias que corroem a pele sem controle de onde chegará, podendo provocar uma queimadura muito grande e profunda”, alerta Marcelo Souza. O podólogo afirma que existe um grave risco de infecção pelos adesivos, o que pode levar a uma amputação, no caso de diabéticos.